18.12.06

Newton e o Presidente

Newton e o Presidente

Por Paulo Heuser

Hoje já mencionei duas vezes o nome de Isaac Newton (1642-1727). A primeira foi em um e-mail, o primeiro da manhã, ainda antes do café. A segunda, em conversa pós-almoço – é um ótimo assunto para ajudar na digestão. Esta é a terceira, no pós-jantar. Faço as refeições com Newton? Pedro negou conhecer alguém, por três vezes, mas ceou com ele. Falo em Newton pela terceira vez, todas pela admiração que nutro por ele. Newton foi um filho de agricultores, nascido no dia de Natal, em 4 de janeiro de 1643, em Woolsthorpe, Inglaterra. Enlouqueci completamente? Não, foi o calendário quem enlouqueceu.

O Papa Gregório XIII implantou o Calendário Gregoriano, em 1582, para corrigir algumas anomalias do Calendário Juliano, vigente até então. Dez dias foram suprimidos, na conversão de um calendário para outro. Há quem diga que a mudança foi realizada para evitar que a Páscoa cristã caísse junto à Páscoa judaica - o Pessach. A Inglaterra, país não-católico, somente implantou o Calendário Gregoriano em 1752. Nesse ano, o calendário pulou de 4 de setembro (quinta-feira) para 15 de setembro (sexta-feira). Assim se explica a confusão na data de nascimento de Newton. Aqui, nos dias de hoje, far-se-ia qualquer coisa que redundasse em um grande feriado.

As contribuições de Newton à Física e à Matemática são inquestionáveis. O livro Philosophiae naturalis principia mathematica (1687) é considerado a maior obra científica já publicada. Na opinião dos físicos, é claro. Nessa obra estão as três leis de Newton – estudadas já no Ensino Médio – e os princípios do Cálculo. Newton formulou também a Teoria Gravitacional. Fez inestimáveis descobertas no campo da Ótica, como a constatação de que a luz branca era composta de vários raios, refratados em ângulos diferentes, conforme sua cor (comprimento de onda).

Há outros nomes importantíssimos, como o escocês James Maxwell (1831-1879), que transformou uma salada de frutas de eletricidade e magnetismo em um suflê eletromagnético que explica a propagação da luz no vácuo. Ele demonstrou que a luz é uma combinação de campo elétrico e campo magnético. É de Maxwell a equação considerada a mais bela da Física. Falando de equações, é impossível não nos lembrarmos de Albert Einstein (1879-1955), pai da equação mais famosa do mundo, igualando a energia ao produto da massa pela velocidade da luz elevada ao quadrado. Na verdade, há ainda muitos outros nomes a lembrar, todos merecedores de admiração, como Hook, Laplace, Boltzmann e Planck.

Dentre todos, continuo admirando mais a Isaac Newton. Talvez ele fosse um dos poucos, senão o único, a explicar o estranho fenômeno do desvio cromático, para longe do vermelho, que ocorreu com o Presidente. Bem ao contrário do esporte, onde ocorreu forte desvio para longe do azul, na direção do vermelho. Este, bem explicável e justificável, por qualquer leigo. Se aceitarmos a explicação oficial, ainda não provada cientificamente, há indícios de que tendemos para o azul, na medida em que envelhecemos. Senão, temos algum problema. Devo andar pelo violeta. E a torcida do Grêmio deve ter envelhecido um bocado no domingo pela manhã.

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