Água É Energia?
Água É Energia?
Por Paulo Heuser
Finalmente entendi por que há garrafas d’água, tipo PET, sobre as casinhas dos medidores de energia elétrica em frente às propriedades em algumas estradas do interior, onde antes se via um tarro de leite à espera do caminhão. A garrafa d’água desafiava a minha imaginação. Tive vontade de parar e perguntar o porquê. O medo de pagar mico superou a curiosidade.
Até que um dia, não agüentando mais de curiosidade, parei na estrada junto a dois sujeitos que conversavam ao lado de um medidor de energia com uma garrafa d’água sobre ele. Minha abrupta chegada interrompeu a conversa e passaram a me olhar desconfiados. Perguntei meio sem jeito o porque da garrafa estar sobre o medidor. Os dois sujeitos, com aparência de quem se chamava Alirípio e Ananério - série dos actinídios na tabela periódica dos elementos? -, trocaram um olhar de espanto e desataram a rir. Rir é eufemismo, gargalhavam mesmo. Tanto que não conseguiam responder. Apenas apontavam para a minha humilhada figura e iniciavam nova seqüência de gargalhadas.
Sumi dali o mais rápido possível, já que o pessoal que esperava o ônibus, do outro lado da estrada, começava a cruzá-la para entender a piada. Antes de fechar a porta do carro ainda consegui ouvir um comentário, em meio ao choro de riso, a respeito da esperteza do pessoal da cidade grande. Coloquei uma pedra sobre este assunto.
Passado algum tempo, nova viagem, e aquelas malditas garrafas me desafiando a curiosidade. Pensei em inúmeras possibilidades. Devido à seca os recolhedores do leite estariam fazendo escambo por água? Ou por aguardente? Seria uma forma de aplacar a sede de eventuais andarilhos? Passaria por ali algum ministro religioso que faria a benzedura a domicílio? Teriam lançado o leite tipo Z, com zero por cento de proteínas, gordura e cálcio? O mistério aumentou quando vi uma garrafa ao lado do tarro de leite. Obviamente não se tratava de escambo. A não ser que se tratasse de duplo escambo. Restava ainda a possibilidade de a água estar ali para ser bebida pelo recolhedor do leite. Mas, todas estavam cheias até os gargumilhos.
Esqueci este assunto até o almoço de hoje. Em meio a outro assunto qualquer, surgiu o comentário de que estariam colocando garrafas d’água sobre os medidores de energia para reduzir a conta de luz. Assim como há dias da caça e há dias do caçador, há dias de Alirípio e Ananério e há os meus. Tive um acesso de riso e acabei quase engasgando. Recomposto, pedi detalhes.
Há uma crença na capacidade da garrafa d’água de reduzir o consumo de energia medido. O que faz algum sentido, se a água for derramada sobre o medidor. Após o curto-circuito não medirá mais nada. Por trás de muitos mitos há alguma justificativa plausível, ao menos em parte. Dá-se chá de carretel aos acometidos de diarréia porque em algum momento no passado os carretéis de linha foram pintados com tinta a base de carvão. Hoje não faze sentido, mas um dia fez.
O Alirípio e o Ananério que me desculpem, não consigo achar explicação para as garrafas deles. Estou louco para parar defronte a entrada da propriedade e desatar a rir. Será que me chamarão de louco? Não faz mal, será minha vingança.
Há algo que ainda me incomoda. Hoje fiz uma pesquisa e descobri que a companhia de distribuição de energia condena aquela prática. Por que o fariam? Teriam descoberto a Energia D’Água? Estarão com medo de ficar no prejuízo?
E-mail: prheuser@gmail.com
Por Paulo Heuser
Finalmente entendi por que há garrafas d’água, tipo PET, sobre as casinhas dos medidores de energia elétrica em frente às propriedades em algumas estradas do interior, onde antes se via um tarro de leite à espera do caminhão. A garrafa d’água desafiava a minha imaginação. Tive vontade de parar e perguntar o porquê. O medo de pagar mico superou a curiosidade.
Até que um dia, não agüentando mais de curiosidade, parei na estrada junto a dois sujeitos que conversavam ao lado de um medidor de energia com uma garrafa d’água sobre ele. Minha abrupta chegada interrompeu a conversa e passaram a me olhar desconfiados. Perguntei meio sem jeito o porque da garrafa estar sobre o medidor. Os dois sujeitos, com aparência de quem se chamava Alirípio e Ananério - série dos actinídios na tabela periódica dos elementos? -, trocaram um olhar de espanto e desataram a rir. Rir é eufemismo, gargalhavam mesmo. Tanto que não conseguiam responder. Apenas apontavam para a minha humilhada figura e iniciavam nova seqüência de gargalhadas.
Sumi dali o mais rápido possível, já que o pessoal que esperava o ônibus, do outro lado da estrada, começava a cruzá-la para entender a piada. Antes de fechar a porta do carro ainda consegui ouvir um comentário, em meio ao choro de riso, a respeito da esperteza do pessoal da cidade grande. Coloquei uma pedra sobre este assunto.
Passado algum tempo, nova viagem, e aquelas malditas garrafas me desafiando a curiosidade. Pensei em inúmeras possibilidades. Devido à seca os recolhedores do leite estariam fazendo escambo por água? Ou por aguardente? Seria uma forma de aplacar a sede de eventuais andarilhos? Passaria por ali algum ministro religioso que faria a benzedura a domicílio? Teriam lançado o leite tipo Z, com zero por cento de proteínas, gordura e cálcio? O mistério aumentou quando vi uma garrafa ao lado do tarro de leite. Obviamente não se tratava de escambo. A não ser que se tratasse de duplo escambo. Restava ainda a possibilidade de a água estar ali para ser bebida pelo recolhedor do leite. Mas, todas estavam cheias até os gargumilhos.
Esqueci este assunto até o almoço de hoje. Em meio a outro assunto qualquer, surgiu o comentário de que estariam colocando garrafas d’água sobre os medidores de energia para reduzir a conta de luz. Assim como há dias da caça e há dias do caçador, há dias de Alirípio e Ananério e há os meus. Tive um acesso de riso e acabei quase engasgando. Recomposto, pedi detalhes.
Há uma crença na capacidade da garrafa d’água de reduzir o consumo de energia medido. O que faz algum sentido, se a água for derramada sobre o medidor. Após o curto-circuito não medirá mais nada. Por trás de muitos mitos há alguma justificativa plausível, ao menos em parte. Dá-se chá de carretel aos acometidos de diarréia porque em algum momento no passado os carretéis de linha foram pintados com tinta a base de carvão. Hoje não faze sentido, mas um dia fez.
O Alirípio e o Ananério que me desculpem, não consigo achar explicação para as garrafas deles. Estou louco para parar defronte a entrada da propriedade e desatar a rir. Será que me chamarão de louco? Não faz mal, será minha vingança.
Há algo que ainda me incomoda. Hoje fiz uma pesquisa e descobri que a companhia de distribuição de energia condena aquela prática. Por que o fariam? Teriam descoberto a Energia D’Água? Estarão com medo de ficar no prejuízo?
E-mail: prheuser@gmail.com
4 Comments:
Here are some links that I believe will be interested
Here are some links that I believe will be interested
Interesting site. Useful information. Bookmarked.
»
Very pretty site! Keep working. thnx!
»
Postar um comentário
<< Home